terça-feira, 24 de janeiro de 2012

INFORMATIVO: Uma mulher vai comandar a maior empresa do Brasil

A maior empresa do Brasil terá uma mulher no comando. Graça Foster será a decima mulher a ocupar um cargo de peso no governo de Dilma Rousseff, quando assumir a presidência da Petrobras.

O anúncio da indicação de Graça Foster para o comando da companhia foi antecipado pela colunista do G1, Cristiana Lôbo. José Sergio Gabrielli, que deixa o cargo, vai trocar os negócios pela política. O executivo, que ficou na presidência da Petrobras durante quase 7 anos, quer se candidatar ao governo da Bahia.

Falando de economia, a troca no comando da Petrobras não gerou surpresas no mercado financeiro. As ações da companhia na Bovespa passaram a operar em alta, como uma reação positiva dos investidores à novidade. Mas a troca, em si, não causou susto ou preocupação.
“Ele (Gabrielli) vinha preparando essa mudança há algum tempo, preparando o mercado para alteração do comando da Petrobras. A indicação da Graça Foster já era esperada, ela tem características importantes para ser uma candidata natural ao cargo, além do bom relacionamento com a presidente Dilma”, disse ao G1 Osmar Camilo, analista chefe da Socopa Corretora.

Nem por isso os desafios da nova executiva da Petrobras serão menores. A companhia fechou 2011 com produção abaixo das metas e com atrasos em operações importantes para o resultado da companhia.

“Será preciso fazer frente ao plano de investimentos da empresa para tirar óleo debaixo do pré-sal, atingir a meta de 4 milhões de barris por ano. A nova presidente terá que acomodar o fluxo de caixa da companhia, a estrutura de capital e a necessidade de investimento da Petrobras. A necessidade de investimento é gigantesca”, ressalta Osmar Camilo.

O ambiente econômico também não ajuda a dourar o cenário atual. A crise nas principais economias do mundo e a expectativa de baixo crescimento no próximos anos sinalizam um ambiente de aversão ao risco e baixo investimento.

A Petrobras é controlada pelo estado brasileiro. Os investidores minoritários detêm outra parte, e uma parcela de 40% deles é de investidores internacionais.

“Um dos desafios da nova direção é que a Petrobras crie uma nova relação de governança com investidores minoritários e tente diminuir o estrago causado pela ultima capitalização da companhia. São os acionistas minoritários que dão liquidez para empresa. Eles querem mais transparência e mais compromisso com os negócios da companhia”, alerta o presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (AMEC), Edison Garcia.

O executivo se refere aos processo de capitalização da Petrobras feito em 2009, quando o governo aumentou a participação no capital total da empresa e houve, segundo a AMEC, uma diluição da participação dos minoritários.
“Estamos muito muito próximos dos estrangeiros, investidores institucionais, fundos de pensão e outros que investem no mercado de capitais no Brasil. Eles são unânimes em dizer que a capitalização de 2009 deixou sequelas, com uma forte desconfiança de influencia e utilização política da Petrobras”, afirma Garcia.
O analista da Corretora Socopa concorda com o desconforto dos investidores. “O mercado tem receio de que o governo venha fazer uma nova capitalização. Por ora, parece que a Petrobras consegue realizar os investimentos com caixa próprio, respeitando a estrutura de capital e balanço da empresa”, comenta Osmar Camilo.

O presidente da AMEC, Edison Garcia, elogia Graça Foster pelo fato dela ser uma funcionária de carreira da Petrobras, profunda conhecedora do setor petrolífero e, acima de tudo, contar com a confiança da presidente Dilma.

“O conhecimento da indústria e o bom trânsito junto o controlador (União), pode facilitar o trabalho dela”, diz o executivo.

Graça Foster tem fama de durona e vai integrar um grupo de mulheres do governo Dilma que se assemelha ao jeito da presidente administrar o país. 

As “gerentonas”, no jargão político, fortalecem a figura da presidente Dilma e sinalizam que a política não deve vencer todas as batalhas pelos cargos mais cobiçados do governo.

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