Repassando;
Ministra Eleonora inaugura reunião de altas autoridades da mulher do Mercosul e aponta desafios para 2013
Em seu discurso como presidenta Pro Tempore, Menicucci aponta agenda em defesa da igualdade de gênero em encontros internacionais da América Latina
Ministra Eleonora preside os
trabalhos da reunião do Mercosul
Consolidação
dos direitos de trabalhadoras domésticas, enfrentamento à violência contra as
mulheres nas regiões de fronteira, estabilidade política para igualdade de
gênero no Mercosul e avanço em direitos sexuais e reprodutivos. Esses foram os
desafios listados pela ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas
para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), na cerimônia de abertura
da 2ª Reunião de Ministras e Altas Autoridades da Mulher do Mercosul (RMAAM). O
encontro foi inaugurado por ela na condição de presidenta Pro Tempore da RMAAM
na noite de segunda-feira (03/12), no Palácio Itamaraty, em Brasília.
A
ministra brasileira conduziu a solenidade manifestando que os órgãos nacionais
de políticas para as mulheres devem “promover a defesa intransigente da
igualdade de gênero”. Segundo ela, dois encontros internacionais exigirão
intensa articulação regional, a fim de garantir os direitos das mulheres. Citou
a Conferência Regional sobre População e Desenvolvimento da América Latina e
Caribe, que acontecerá em agosto de 2013, no Uruguai, como um encontro decisivo
por promover os debates na região sobre Cairo + 20, programada para 2014. E
apontou a Conferência Regional sobre a Mulher da América Latina e Caribe, que
ocorrerá em outubro de 2013, em Santo Domingo, como outro espaço determinante
para a igualdade de gênero, no qual estarão em evidência empoderamento das
mulheres e tecnologias de comunicação e informação.
Menicucci
salientou que as delegações dos países da América Latina, em especial as do
Mercosul, deverão incidir em favor da defesa e do avanço dos direitos das
mulheres nos campos de igualdade de gênero, raça e etnia e do acesso à saúde
sexual e direitos sexuais e reprodutivos de homens e mulheres, inclusive, no
campo de raça e etnia.
Ela
avaliou que, desde as primeiras articulações da extinta Reunião de Ministras do
Mercosul (REM) até a constituição da RMAAM, os organismos de mulheres da região
se ampliaram e conquistaram mais força nos governos. “Quanto mais status nos
governos, mais fortes seremos e mais conquistas teremos”, disse a ministra
brasileira.
Dizendo-se
alegre e emocionada em receber ministras e altas autoridades da mulher do
Mercosul no Palácio Itamaraty, a ministra Eleonora saudou o início dos
trabalhos da 2ª RMAAM e convocou as delegações: “nosso maior desafio é em
gênero e raça para que a igualdade seja, de fato, uma realidade”.
A
diretora da Representação Especial para Assuntos da Mulher da Mulher da Chancelaria
Argentina, María Julia Rodríguez, enfatizou o papel estratégico da RMAAM e o
trabalho a ser feito para eliminar o tráfico de mulheres na região. “Para a
Argentina, esse espaço do Mercosul é importante para elaborar políticas que
tenham grande efetividade na ampliação e aprofundamento dos direitos das
mulheres”, afirmou.
“Falar
em democracia é falar em direitos das mulheres. Esses são parâmetros centrais e
nosso desafio na região”, frisou a diretora do Instituto Nacional das Mulheres
do Uruguai, Beatriz Ramirez.
De
acordo com ela, Cairo + 20 é “um momento de inflexão importante” e já traz a
necessidade de uma agenda articulada entre as altas autoridades da mulher do
Mercosul. “Temos de investir na construção da democracia, para que a América
Latina deixe de ser o continente mais desigual do mundo. Para isso, autonomia
econômica e física e tomada de decisões continuam a ser agendas e desafios para
o nosso trabalho”, completou Ramirez.
Enfrentamento à violência – A vice-presidenta do Instituto
Nacional da Mulher, Judith López Guevara, conclamou a RMAAM para a urgência do
enfrentamento à violência contra as mulheres nas áreas de fronteira. Ela
considerou positivo o trabalho de cooperação existente entre o Brasil e a
Venezuela, por meio dos municípios de Pacaraima e Santa Helena, saudando a
liderança da SPM por meio da interlocução da secretária nacional de
Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves.
Judith
Guevara classificou os equipamentos Casa da Mulher Indígena, Casa da Mulher
Migrante e Comitê Fronteiriço como espaços de promoção dos direitos humanos das
mulheres. E propôs: “temos de buscar mais instrumentos que nos façam similares
na integração”.
A
embaixadora Glaucia Gauch, do Departamento de Direitos Humanos e Temas Sociais
do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, deu as boas-vindas,
salientando ser “uma honra o Palácio
Itamaraty sediar a reunião de ministras e altas autoridades do Mercosul”. A
diplomata falou sobre a realidade de violência e exploração sexual de mulheres
e meninas que deve ser combatida pelo conjunto dos países da região. Conforme
Gauch, com a RMAAM “o bloco reafirma que não pode haver desenvolvimento
econômico e social, se não houver a participação das mulheres em todos os
processos decisórios”.
Ela
enfatizou o papel do movimento de mulheres e da sociedade civil, uma vez que “o
sucesso das ações não depende somente do compromisso dos governos”. Para a
embaixadora, a RMAAM pode contribuir “para um novo marco na região livre de
violência e discriminação”.
Na
solenidade, foram entregues os diplomas de participação às pessoas que venceram
o concurso regional de audiovisuais “Paridade é igualdade” sobre participação
política das mulheres. Também houve lançamento da revista do Observatório
Brasil de Igualdade de Gênero, vinculado à SPM.
A
cerimônia teve a presença do ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella,
dirigentes dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,
Desenvolvimento Agrário, Cultura e da Secretaria de Políticas de Promoção da
Igualdade Racial (Seppir). Pelo corpo diplomático, estiveram presentes os
embaixadores da Bolívia, Jerjes Justiniano, e do Peru, Jorge Medina, e pelo
Sistema das Nações Unidas, o coordenador-residente Jorge Chediek e
representantes das agências ONU Mulheres, OIT, UNFPA e OPAS.
Continuidade dos trabalhos - As ministras e altas autoridades
debatem, até quarta-feira (05/12), no Palácio Itamaraty, entre outros temas, a
proposta de diretrizes de política de gênero para a região, o projeto “Fortalecimento
da institucionalidade e da perspectiva de gênero no Mercosul” e a estrutura
administrativa da RMAAM frente à finalização desse projeto.
Outro
ponto em debate será a atuação articulada da RMAAM nos diferentes eventos
previstos na agenda internacional, entre eles, a “I Conferência Regional sobre
População e Desenvolvimento da América Latina e Caribe”, a “XII Conferência
Regional sobre a Mulher da América Latina e do Caribe” e a “57ª sessão da
Comissão sobre a Situação da Mulher (ONU)”.
2ª Reunião de Ministras e Altas Autoridades da Mulher
do Mercosul (RMAAM)
Data:
3 a 5 de dezembro de 2012
Local:
Palácio do Itamaraty (Esplanada dos Ministérios - Bloco H) – Brasília/DF
Assessoria de
Comunicação Social
Secretaria de Políticas para as
Mulheres – SPM
Presidência da República – PR
www.spm.gov.br
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